Web 3.0: já estamos nessa nova era da internet?
Você já ouvir falar no termo “web 3.0”? Certamente, sim. Considerada por muitos como a nova era da internet, esta nova fase da rede mundial de computadores promete impactar ainda mais a vida dos indivíduos.
Desde a sua criação, em 1969, até hoje, a internet vem passando por constantes transformações, por isso, é possível considerá-la um projeto em construção. Um bom exemplo disso é que, ao longo dos anos, vivenciamos várias de suas fases: a “web 1.0”, a “web 2.0” e, agora, a transformadora “web 3.0”.
Como tudo começou?
Web 1.0
A primeira fase da internet foi revolucionária, pois, iniciou o processo de democratização do acesso à informação, no qual, pela primeira vez, era possível acessar conteúdos espalhados pelo mundo com apenas alguns cliques.
Contudo, naquela época, as possibilidades de interação entre o visitante de uma página e o seu conteúdo eram quase zero. O usuário não podia deixar comentários, por exemplo, ou até mesmo fazer edições, como faz hoje em dia no site “Wikipédia“.
Isso sem falar na dificuldade de conexão. Quem aí se lembra do barulhinho da internet discada?
Nessa fase, a criação de conteúdos também era mais centralizada, ficando sob a responsabilidade de grandes portais como AOL, IG, Terra e UOL. E como o Google ainda não existia nessa época, os buscadores mais usados eram o Yahoo e o Cadê.
Web 2.0
Se a web 1.0 se destaca pela democratização do acesso à informação, a web 2.0 surge para promover o processo de produção de conteúdo. Além disso, ela também é marcada pela interação dos usuários com as plataformas.
Enquanto a web 1.0 é conhecida com um ambiente de consumo de informações, a web 2.0 permite que o público crie o seu próprio conteúdo. É nesse ponto da história que vimos surgir o Fotolog, o Blogger, o Flogão, o Myspace, entre outras plataformas de compartilhamento de textos e imagens que encantaram milhares de usuários por longos anos.
Em seguida, surgiram as redes sociais, tal como conhecemos hoje, que fortaleceram esse cenário e abriram caminho para os criadores de conteúdo. Isso fez com que o volume de dados gerados diariamente crescesse exponencialmente, pondo ao fim o modelo de diretórios utilizado por portais para a busca de websites.
A enorme quantidade de dados compartilhados no ambiente virtual possibilitou o crescimento de buscadores como o Google, que introduziu o modelo atual das SERP – Search Engine Results Page (página de resultados do mecanismo de busca), e faz o uso de critérios de SEO – Search Engine Optimization (otimização de mecanismos de busca), para aprimorar a experiência dos usuários.
E quanto à web 3.0?
Para começar, é necessário frisar que não existe um conceito pré-concebido de web 3.0. Apesar de muito se falar a respeito, esse ainda é um projeto que aos poucos vem sendo estruturado e reinventado de diferentes formas. Mas, o que se pode esperar de tudo isso é que a internet 3.0 será um caminho de infinitas possibilidades.
O que se sabe até o momento é que essa fase é marcada por três características principais:
- Descentralização: que busca a independência de bancos, órgãos governamentais, tecnologias de empresas, entre outros;
- Privacidade: que tem com objetivo promover a proteção de dados pessoais, além de combater publicidades direcionadas não autorizadas;
- Virtualização: que prevê a criação de experiências de realidades virtuais e aumentadas.
Como a web 3.0 vai impactar a nossa vida?
De diferentes formas! Uma das propostas da web 3.0 é evitar a exposição de dados pessoais e o incômodo com o rastreamento de informações não autorizadas, ou seja, as empresas poderão usar seus dados para exibir anúncios segmentados, da mesma forma que acontece hoje, contudo, dessa vez os usuários deverão ser beneficiados por isso.
Isso significa que as marcas terão que pagar aos internautas para terem acesso aos seus dados pessoais, considerando que elas estariam usando informações pertencentes a terceiros.
Isso é uma maneira de a web 3.0 devolver o controle das informações pessoais aos seus verdadeiros donos: os próprios usuários, e não deixá-las nas mãos de grandes corporações, como Google e Meta, o que impedirá que esses dados possam ser vendidos ou até mesmo hackeados.
Romeu Escanhoela, sócio-diretor na EscaEsco Comunicação, complementa: “um bom exemplo de como isso funcionará é o caso do navegador Brave. Ao invés de vender os dados pessoais dos usuários como fazem outros sites, a empresa recompensa os internautas que autorizam a utilização de suas informações”.
Mas não é só isso. A web 3.0 também está cada vez mais próxima da inteligência artificial, isso significa que, além de facilitar a produção de conteúdo, ela também ajudará a tornar melhor a experiência online de seus navegantes.
Isso será possível através do cruzamento de dados e do machine learning (aprendizado de máquina), tecnologia que confere à máquina a capacidade de armazenar e interpretar dados e aprender por conta própria, com o objetivo de automatizar a criação de modelos analíticos. Essa interação entre homem e máquina resultará na criação de uma experiência de uso muito mais personalizada e interativa.
A descentralização é outra proposta da web 3.0. Seu objetivo é fazer com que o usuário comece a armazenar seus arquivos em sites desenvolvidos para operar em redes de blockchain (que funciona como uma base de dados), ao invés de guardá-los em servidores da Amazon ou do Google.
Um bom exemplo de como isso funcionará são as propriedades via NFTs (tokens não fungíveis), onde as pessoas armazenam ativos em carteiras próprias, como obras artísticas, músicas, itens colecionáveis e itens de jogos.
E não para por aí… Também através do uso do blockchain aliada aos avanços das tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, será possível a criação dos “metaversos”, ou seja, dos ambientes digitais que tentam reproduzir a nossa realidade através de dispositivos digitais.
A nova era da internet é surpreendente, não é mesmo?!
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